Plástico pode triplicar até 2060 sem acordo global
- Redação RT Notícia
- 10 de ago.
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Nos debates em Genebra sobre o Tratado Global de Combate à Poluição Plástica — que pretende regular todo o ciclo de vida do material — os Estados Unidos, sob o governo Trump, enviaram memorandos a diversos países, em 25 de julho de 2025, pedindo que rejeitassem limites à produção de plástico e ao uso de aditivos químicos. A medida contraria mais de cem nações que apoiam um pacto ambicioso para frear a crise ambiental.
Atualmente, o planeta produz cerca de 460 milhões de toneladas de plástico por ano. Sem ações concretas, esse volume pode triplicar até 2060, ultrapassando 1,2 bilhão de toneladas, segundo projeções do Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD). Especialistas alertam que essa escalada terá impactos devastadores para ecossistemas, clima e saúde humana.
O custo anual da crise plástica já chega a US$ 1,5 trilhão, com microplásticos detectados no sangue, placenta e até no cérebro humano, além da exposição a milhares de substâncias tóxicas usadas na produção. A reciclagem, que hoje atinge apenas 9% do total, teria um aumento tímido para 12–17% até 2060, insuficiente para conter o problema.
A União Europeia e pequenos Estados insulares pressionam por metas vinculantes para reduzir a produção de plásticos virgens e banir produtos descartáveis perigosos. Em oposição, países como Arábia Saudita, Rússia, China e agora os EUA defendem uma abordagem restrita à gestão de resíduos, evitando restrições diretas à produção.
A indústria plástica dos EUA movimenta cerca de US$ 500 bilhões anuais e gera 1 milhão de empregos, argumento usado pelo governo Trump para resistir a cortes na produção. Ambientalistas afirmam que, sem limitar a fabricação, o tratado perderá força e não conseguirá evitar um cenário de colapso ambiental.
O impasse ameaça transformar uma oportunidade histórica em mais uma década de inação — tempo que o planeta não pode mais se dar ao luxo de perder.









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