As investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF) sobre o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) revelam a utilização da estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar ilegalmente a promotora responsável pelo caso Marielle Franco e outras autoridades. A notícia, de origem na Agência Brasil (EBC), descreve que os crimes teriam ocorrido durante o governo de Jair Bolsonaro, quando Ramagem era diretor da Abin.
Buscas e apreensões foram realizadas contra Ramagem e outros investigados, autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator das investigações. O caso é conhecido como "Abin paralela".
Segundo a decisão de Moraes, Ramagem e outros envolvidos teriam participado de uma organização criminosa para monitorar ilegalmente autoridades públicas, utilizando o programa espião First Mile, comprado no governo Michel Temer. Entre os monitorados estavam a promotora Simone Sibilio, o então presidente da Câmara Rodrigo Maia e o atual ministro da Educação, Camilo Santana.
Interferência e Difusão de Fake News:
O grupo teria atuado para difundir informações falsas, vinculando os ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes a uma facção criminosa. O relatório destaca que o arquivo "prévia Nmni.docx" revela a distorção, para fins políticos, da providência, buscando relacionar os ministros com a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
As investigações indicam ainda que a Abin teria sido usada para interferir em investigações envolvendo os filhos de Bolsonaro, Jair Renan e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
Ramagem e os outros acusados também teriam atuado para abafar investigações internas sobre o uso ilegal do órgão.
Reações e Defesa:
Bolsonaro não fez comentários relacionados à operação, mas publicou um vídeo antigo no qual Ramagem informa que o programa espião foi comprado na gestão do presidente Michel Temer. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, classificou a operação como "perseguição" a Bolsonaro.
O senador Flávio Bolsonaro negou favorecimento pela Abin, chamando as acusações de "absurdas". Até o momento, Alexandre Ramagem não se manifestou sobre a operação.
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