STF abre inquérito contra Bolsonaro, filhos e aliados com base na CPI da Covid

Investigação atende pedido da Polícia Federal e terá prazo inicial de 60 dias

Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de um inquérito contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), três de seus filhos e outros 20 aliados. A decisão tem como base o relatório final da CPI da Covid, concluída em 2021.

Pedido da Polícia Federal

O inquérito foi instaurado a partir de solicitação da Polícia Federal (PF), que informou ao STF o interesse em realizar diligências adicionais às feitas pela CPI, como oitivas dos investigados e outras medidas. O prazo inicial definido para a investigação é de 60 dias.

Alvos do inquérito

Além de Bolsonaro, são alvos os filhos Flávio (senador pelo PL-RJ), Eduardo (deputado federal pelo PL-SP) e Carlos Bolsonaro (vereador pelo PL-RJ). Também estão incluídos parlamentares como Bia Kicis (PL-DF), Carla Zambelli (PL-SP), Osmar Terra (PL-RS) e Carlos Jordy (PL-RJ).

Ex-integrantes do governo, como Onyx Lorenzoni, Ernesto Araújo, Ricardo Barros, Filipe Martins, Tercio Arnaud Tomaz e Hélio Angotti Neto, também serão investigados. Entre os empresários, foram citados Carlos Wizard e Luciano Hang.

Influenciadores digitais ligados ao bolsonarismo, como Allan dos Santos, Oswaldo Eustáquio, Bernardo Kuster, Paulo Eneas, Richard Dyer Pozzer, Leandro Ruschel e Otávio Fakhoury, completam a lista.

Possíveis crimes

Dino destacou que, além da incitação ao descumprimento de medidas sanitárias, o relatório da CPI apontou indícios de crimes contra a administração pública, como fraudes em licitações, superfaturamentos, contratos com empresas de fachada e desvio de recursos.

Contexto da CPI

A CPI da Covid concluiu seus trabalhos em 2021, indicando 80 nomes para investigação. O relatório citava suposta incitação ao descumprimento de medidas sanitárias, atrasos na compra de vacinas e omissão em casos críticos, como o colapso do sistema de saúde no Amazonas.