Estudo relaciona desmatamento ao aumento da mortalidade global
- Redação RT Notícia
- 8 de nov.
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O desmatamento está associado a cerca de 28 mil mortes por ano no mundo, segundo pesquisa publicada na revista Nature Climate Change. O estudo indica que a perda de florestas tropicais provoca aquecimento local, afetando diretamente a saúde humana e ampliando os riscos em atividades ao ar livre.
A pesquisa foi conduzida por cientistas da Universidade de Leeds, no Reino Unido, com a participação de pesquisadores do Brasil e de Gana. O grupo cruzou dados de imagens de satélite sobre mudanças na cobertura florestal e temperatura da superfície terrestre, além de informações sobre distribuição populacional e excesso de mortalidade entre 2001 e 2020.
Regiões tropicais concentram as maiores taxas de mortalidade
As maiores taxas de mortalidade associadas ao desmatamento estão localizadas na Amazônia, na África e no Sudeste Asiático. Nessas regiões, a perda de cobertura vegetal pode representar até um terço das mortes relacionadas ao calor.
Segundo o clínico geral Frederico Polito Lomar, do Hospital Israelita Albert Einstein, o aumento das temperaturas impacta especialmente as populações mais pobres, expostas a doenças provocadas pelo calor, como desidratação, problemas cardíacos e exaustão térmica.
Impactos diretos na saúde humana
O calor excessivo sobrecarrega o organismo e pode levar à desidratação, queda de pressão e sobrecarga cardíaca. Em casos graves, ocorre a hipertermia, quando o corpo perde a capacidade de controlar a temperatura interna, o que pode causar falência de órgãos e morte.
Idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas estão entre os grupos mais vulneráveis. O estudo também aponta que quanto maior a cobertura florestal, menor é a taxa de mortalidade. Em áreas com mais de 50% da vegetação original preservada, a mortalidade foi de 42%, enquanto em regiões mais desmatadas chegou a 58%.
Além do calor, aumento da poluição e de doenças infecciosas
A perda de áreas verdes também agrava outros problemas de saúde. A queima de vegetação reduz a qualidade do ar, aumenta a emissão de gás carbônico e contribui para o avanço de doenças infecciosas, como a malária.
Os autores do estudo destacam que preservar as florestas tropicais é essencial para mitigar os efeitos do calor extremo e reduzir os impactos sobre a saúde das populações vulneráveis.
Com informações da Agência Einstein









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