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Golpe da voz: o novo risco das ligações telefônicas no Brasil

Criminosos usam inteligência artificial para clonar falas de vítimas e aplicar fraudes financeiras

Foto: Freepik
Foto: Freepik

Um simples “alô” pode custar caro. O que antes era apenas o início de uma conversa, hoje pode ser a porta de entrada para um dos golpes mais sofisticados em circulação no Brasil: o roubo da voz.


A cena parece saída de um filme, mas é real. Ligação desconhecida, poucos segundos de silêncio e uma resposta automática do outro lado. Essa breve interação é suficiente para que criminosos capturem amostras da fala da vítima e usem inteligência artificial (IA) para clonar a voz. Com o material, eles podem enganar familiares, amigos ou até instituições bancárias, simulando pedidos de transferência, autorizações de acesso ou confirmações de dados pessoais.


Golpes por telefone aumentam em todo o país


De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registra mais de 4.600 tentativas de golpes financeiros por hora, muitas delas por ligações telefônicas ou aplicativos de mensagem. Em 2023, cerca de 3,5 milhões de brasileiros foram vítimas de phishing, categoria que inclui fraudes de voz (vishing) e de mensagens (smishing).


O setor bancário está entre os mais afetados: 26% das campanhas fraudulentas bloqueadas no país tinham como alvo instituições financeiras, segundo dados da Redbelt Security. Já um levantamento da Norton aponta que 54% dos brasileiros relataram ter recebido tentativas de fraude via mensagens de texto.


Esses números refletem a profissionalização dos golpes digitais e telefônicos, que combinam técnicas de engenharia social com recursos avançados de IA. A chamada “clonagem de voz” é um exemplo claro dessa evolução. Com apenas alguns segundos de gravação, algoritmos conseguem reproduzir timbres e entonações com alta fidelidade, tornando a fraude quase imperceptível.


Autoridades alertam: cuidado ao atender ligações desconhecidas


Polícias civis de diversos estados já emitiram alertas sobre o golpe da ligação muda, usado para gravar discretamente a voz das vítimas. As recomendações são diretas:


Evite dizer “alô”, “sim” ou confirmar “sou eu” em chamadas desconhecidas;


Não forneça dados pessoais ou bancários por telefone;


Caso desconfie, entre em contato diretamente com o número oficial da empresa ou instituição;


Desconfie de ligações muito curtas ou silenciosas — elas podem ser testes para captura de voz;


Redobre o cuidado com áudios publicados em redes sociais, que também podem ser usados na clonagem.


O som da própria voz virou ferramenta de fraude


Expressões simples, como as de um cumprimento cotidiano, podem ser manipuladas por criminosos para enganar pessoas próximas ou empresas. A fronteira entre a comunicação real e a falsificação digital está cada vez mais tênue.


O famoso “alô, alô” cantado por Carmen Miranda nos tempos do telefone fixo evocava um país em que falar era sinônimo de se conectar. Hoje, esse mesmo gesto pode exigir silêncio. Em tempos de golpes sofisticados e inteligência artificial, a melhor defesa pode ser não dizer nada.


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