Getulinho: Ação do “Diabetes Entre Nós” antecipa data comemorativa
- Rudá Lemos

- 11 de nov.
- 3 min de leitura

Antecipando na quinta (6), o Dia Mundial do Diabetes que acontece no dia 14, o Hospital Getúlio Vargas Filho (Getulinho), de atenção pediátrica em Niterói, realizou um evento sobre essa doença crônica. De nome “Diabetes Entre Nós”, um grupo especial se reúne no hospital para a troca experiências sobre o tema, fortalecendo os tratamentos dos pequenos e a integrando os responsáveis pelos mesmos.
Abrindo os trabalhos, a diretora do Getulinho, Juliènne Martins saudou o evento: “o hospital tem se empenhado na educação em saúde, na prevenção e no cuidado integral de nossos pacientes”. A ideia do grupo surge, portanto, nesse contexto de atenção humanizada preconizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “O diabetes é uma condição que exige atenção contínua, acompanhamento multiprofissional e, acima de tudo, olhar sensível, que vai muito além do controle da glicemia”, afirmou ela.
Segundo Juliènne, o grupo “envolve orientar, acolher e empoderar as famílias, garantindo que cada paciente receba atenção de forma integrada — desde o diagnóstico até o seguimento ambulatorial e hospitalar”.
Nessa linha, a endocrinologista Clarissa Osório explicou que o grupo surgiu para ampliar o espaço apenas médico, de consulta. “É necessário responder as dúvidas que surgem, por isso é importante a participação de outros setores do hospital como, por exemplo, a Nutrição e a Pedagogia Hospitalar”, afirmou, ressaltando também a importância do contato e trocas entre as crianças atendidas.
Explicando o conceito da logo do grupo, a psicóloga da Pedagogia Hospitalar, Lauane Baroncelli, incitou os participantes a demonstrarem o que vinha na mente sobre a mesma – foram citados os termos “ligações”, “teia”, “partilha” e “superação de obstáculos”.
“Os nós carregam um duplo sentido, são os obstáculos que nos desafiam, mas também são pontos de ancoragem que seguram e sustentam, lembrando que dificuldade e força caminham juntas. Tecendo memórias, histórias e emoções. Ele é um verso tecido no tecido da vida – um gesto de autoconhecimento que honra a coletividade e a capacidade humana de encontrar beleza e sentido mesmo nas tramas mais complexas”, leu Lauane um “texto manifesto” do grupo.
O convidado especial do dia, o nutricionista Paulo Eduardo Batista trouxe seus ensinamentos sobre a Diabetes tipo 1, a mais comum entre crianças e adolescentes: “É uma doença autoimune, uma condição que não depende de nada, portanto não tem culpa dos pais – e que pode ser cuidada com a combinação de nutrição, atividade física, medicamentos e psicologia”.
Paulo Eduardo explicou sobre a importância da contagem de carboidratos, a medição da carga glicêmica, além de fazer comparações entre alimentação e fazer a recomendação do prato perfeito que deve ser feito por 50% legumes e verduras; 25% de cereais (ou raízes e tubérculos); e 25% de proteína animal e vegetal.
Dentre as recomendações de alimentos, Paulo Eduardo citou o arroz e feijão; o chocolate acima de 70% de cacau; o mel; o pão com ovo; o refrigerante zero; o omelete; e o suco natural.
Sobre a glicemia ideal para a realização de exercício físico, Paulo Eduardo apresentou um gráfico em que menos de 90 mg/dL, o necessário é ingerir 15g de carboidrato (como uma colher de mel) e aguardar de 15 a 20 minutos para a realização da atividade. Com mg/dL entre 90 e 130, é necessário fazer um pequeno lanche antes de começar.
Já a situação de 130 a 180 mg/dL é a ideal para a prática de exercício.
Subindo de 180 a 250 md/dL, o foco vira o treinamento cardiorrespiratório. Enquanto mais de 250 mg/dL demanda que não seja realizado nenhuma atividade física, mas dar prioridade para correção da glicemia.
É recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que a criança e o adolescente realizem 60 minutos de atividades físicas diariamente. Enquanto os adultos devem realizar entre 150 a 300 minutos por semana. As atividades podem ser distribuídas entre exercícios resistidos (com carga); cardiovasculares; e combinados entre os dois.
Na sequência, foi realizada uma dinâmica com um barbante em que cada participante segurava e relatava uma condição positiva e uma negativa da doença. Entre as palavras positivas estavam a ação do SUS, a união de quem tem a doença e as novas tecnologias de cuidado. No negativo, o medo, a desinformação e a falta de maiores políticas públicas.
Por fim, foi sorteado entre os presentes sensores Libre para monitorar a glicose no sangue.
“A política em saúde é feita com muitas mãos. É importante que todos vocês, responsáveis pelas crianças, estejam sempre participando dessas nossas ações, para a melhoria que a gente almeja”, avaliou Denise Oliveira, assistente social do hospital.
Foto: Lucas Almeida









Comentários