Descentralização da saúde reduz internações e melhora resultados, mostra relatório internacional
- Redação RT Notícia
- 3 de jul.
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Estudo com dados do Reino Unido, Singapura, Holanda e Bélgica aponta benefícios da descentralização do cuidado. Modelo pode ser adaptado ao contexto brasileiro

A descentralização da saúde tem mostrado resultados positivos em diferentes países, de acordo com um estudo inédito apresentado no dia 1º de julho em Brasília. O levantamento, conduzido pela consultoria Frontier View com apoio da Roche Farma, analisou experiências do Reino Unido, Singapura, Holanda e Bélgica.
O conceito central da descentralização é oferecer atendimento no nível mais próximo e adequado à condição clínica do paciente. Isso inclui unidades básicas, ambulatórios e o próprio domicílio, sempre que possível. O modelo visa reduzir a demanda hospitalar, ampliar o acesso e racionalizar o uso de recursos.
Resultados internacionais mostram redução de hospitalizações
No Reino Unido, o estudo aponta uma queda de 12% nas admissões hospitalares em 2022 em comparação com 2019, o que representa cerca de 800 mil internações a menos. Houve também redução de 21% em admissões eletivas e de 9% nas emergenciais.
Em Singapura, o programa MIC@Home, que oferece cuidados hospitalares em casa, economizou 7 mil dias de leito e aumentou em 40% o uso de teleconsultas até meados de 2023. Na Holanda, a iniciativa Better@Home economizou cerca de 2 milhões de euros por ano e ampliou o acesso ao cuidado remoto em 20%.
Na Bélgica, um projeto voltado a pacientes com insuficiência cardíaca reduziu as readmissões em 15% e encurtou o tempo médio de deslocamento de pacientes em áreas rurais, de 45 minutos para 15.
Quatro pilares sustentam o modelo descentralizado
O relatório apresenta quatro pilares para viabilizar os cuidados descentralizados:
Políticas públicas e regulação, para integrar os diferentes níveis de atenção.
Tecnologia e dados, que permitem o atendimento remoto.
Infraestrutura, com foco em prevenção, atenção domiciliar e remuneração por desfechos.
Capacitação profissional e engajamento comunitário, para fortalecer a rede de apoio.
Brasil pode adaptar modelo à sua realidade regional
O estudo indica que o Brasil, por sua extensão territorial e desigualdade de acesso, tem potencial para aplicar os princípios da descentralização. Estratégias como a Estratégia Saúde da Família já operam com base em equipes multiprofissionais em áreas específicas, com foco em prevenção e continuidade do cuidado.
Outra experiência destacada é a utilização de escolas e centros comunitários como pontos de vacinação, prática que contribui para a ampliação do acesso.
Segundo especialistas citados no relatório, transformar essas práticas em políticas estruturadas pode melhorar o funcionamento do sistema de saúde e otimizar recursos públicos e privados.









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