Brasil sai do Mapa da Fome, indica relatório da ONU
- Redação RT Notícia
- 28 de jul.
- 3 min de leitura
O Brasil alcança patamar abaixo de 2,5% de subnutrição, segundo FAO/ONU

O Brasil não está mais no Mapa da Fome. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (28) pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), durante a 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU, realizada na Etiópia.
O dado consta do relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2025” (SOFI 2025), que reúne análises sobre a fome e a insegurança alimentar em todos os continentes. Segundo o documento, o Brasil ficou abaixo do patamar de 2,5% da população em situação de subnutrição, o que o exclui do Mapa da Fome pela primeira vez desde o triênio 2018/2020.
O que é o Mapa da Fome?
O Mapa da Fome é uma ferramenta global da FAO que identifica os países onde mais de 2,5% da população enfrenta insegurança alimentar crônica — ou seja, quando não há acesso regular e suficiente a alimentos para uma vida saudável e ativa.
Esse índice é calculado com base na Prevalência de Subnutrição (PoU), indicador construído a partir de três variáveis principais:
A quantidade de alimentos disponíveis no país, considerando produção nacional, importações e exportações;
A capacidade de consumo da população, levando em conta diferenças de renda e acesso;
A média de calorias por dia considerada adequada para um indivíduo representativo da população.
Os dados são sempre apresentados em médias de três anos, para evitar distorções por fatores temporários ou sazonais. A última análise considerou o período de 2022 a 2024.
Histórico recente do Brasil no Mapa da Fome
O Brasil havia saído do Mapa da Fome em 2014, após anos de redução nos índices de subnutrição. No entanto, voltou a figurar no relatório da FAO durante o triênio 2018/2020, em meio ao aumento da pobreza e da insegurança alimentar.
Agora, segundo o novo levantamento, o país voltou a alcançar o patamar considerado seguro pela organização, com menos de 2,5% da população em subalimentação severa.
Fatores associados à melhora nos índices
Em nota oficial, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome destacou que a saída do Brasil do Mapa da Fome “foi alcançada em apenas dois anos”, considerando que 2022 ainda foi um ano crítico para a segurança alimentar no país.
Entre os fatores citados pela pasta estão:
Programas de combate à pobreza e à fome;
Geração de emprego e renda;
Apoio à agricultura familiar;
Fortalecimento da alimentação escolar;
Acesso a alimentos saudáveis e políticas públicas integradas.
A nota ressalta que esses resultados são reflexo de uma estratégia focada na garantia do direito à alimentação e na redução das desigualdades sociais.
Impactos da insegurança alimentar no país
Estudos recentes apontam que a insegurança alimentar pode impactar diretamente áreas como saúde pública, educação e produtividade econômica. Crianças em situação de fome têm mais dificuldades de aprendizado e desenvolvimento. Já adultos em insegurança alimentar tendem a apresentar mais problemas de saúde e menor inserção no mercado de trabalho.
Segundo a FAO, o combate à fome não depende apenas do aumento da produção de alimentos, mas de políticas que assegurem acesso equitativo à alimentação e renda mínima para as famílias.
Panorama global da fome
O relatório da FAO também revelou que, em nível global, cerca de 735 milhões de pessoas vivem em situação de fome, com concentração maior em países da África Subsaariana e partes da Ásia.
A organização destaca que os desafios continuam, especialmente diante de cenários de crise climática, conflitos armados e aumento do custo de vida. A expectativa da ONU é que os países implementem sistemas alimentares sustentáveis e resilientes, com foco em erradicar a fome até 2030.
*Com informações da Agência Brasil
*Foto: Arquivo/Agência Brasília









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