Ato em Copacabana reúne multidão contra a PEC da Blindagem e a anistia
- Redação RT Notícia
- 22 de set.
- 2 min de leitura

Milhares de manifestantes ocuparam a orla de Copacabana, neste domingo (21) para protestar contra a PEC da Blindagem e o projeto de anistia a condenados por tentativa de golpe de Estado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Além da capital fluminense, dezenas de outras cidades organizaram manifestações marcadas pelos gritos de "Sem Anistia" e pela defesa da democracia.
De acordo com cálculos do Monitor do Debate Político no Meio Digital, vinculado à Universidade de São Paulo (USP), 41,8 mil pessoas estiveram presentes na mobilização.
O que é a PEC da Blindagem
A proposta de emenda à Constituição aprovada pela Câmara dos Deputados no dia 16 de setembro ficou conhecida como PEC da Blindagem. O texto estabelece que a abertura de processos criminais contra parlamentares só poderá ocorrer mediante autorização das próprias casas legislativas.
Críticos apontam que a medida pode dificultar a responsabilização de deputados e senadores. A aprovação da PEC pela Câmara motivou a organização do ato, que também se posicionou contra o projeto de anistia em discussão para beneficiar condenados por tentativa de golpe de Estado, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro e ex-ministros.
Música e política no mesmo palco
A manifestação contou com a presença de artistas de destaque da música popular brasileira. Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Paulinho da Viola e Djavan subiram ao palco montado na altura do Posto Cinco para apresentações que se alternaram com discursos de lideranças políticas e representantes da sociedade civil.
Caetano Veloso afirmou, durante sua participação, que a democracia brasileira resiste e ressaltou a vitalidade da cultura nacional. Gilberto Gil destacou que o Brasil já viveu momentos semelhantes em sua trajetória política e reforçou a necessidade de vigilância social.
Vozes da população
Entre os manifestantes, estavam estudantes, trabalhadores e aposentados, vindos de diferentes regiões do estado.
A servidora pública aposentada Regina de Brito, de 68 anos, relatou ter vivido a ditadura militar e disse considerar essencial a mobilização contra a anistia. Para ela, o Congresso deveria priorizar pautas sociais em vez de propostas de autodefesa parlamentar.
O estudante Caio dos Santos, de 16 anos, da rede estadual de ensino de Duque de Caxias, criticou a proposta e afirmou que a juventude deve se engajar na defesa da educação, da saúde e da democracia. Segundo ele, a PEC representa um desrespeito à população.
Já o policial penal aposentado Edson Enio Martins Tonnel, de 75 anos, defendeu que o Senado rejeite a medida aprovada na Câmara. Em sua visão, a aprovação da PEC poderia abrir espaço para candidaturas de pessoas ligadas ao crime organizado.
A estudante de arquitetura Letícia Rocha, de 20 anos, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), afirmou que a sociedade não pode esquecer episódios passados da história política do país e considerou que a condenação de responsáveis por atos golpistas representa um marco importante.
Mobilização ampla e plural
O protesto em Copacabana mostrou a diversidade do público contrário à PEC da Blindagem e ao projeto de anistia. Jovens, idosos, trabalhadores de diferentes áreas e representantes de universidades se reuniram em uma manifestação que mesclou cultura e política, reforçando a presença ativa da sociedade civil em temas de relevância nacional. *Com informações da Agência Brasil









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