Análise da Anatomia do Estado (Rorhbard)
- Zé Maia
- 6 de out.
- 2 min de leitura

Em Anatomia do Estado, Murray Rothbard, economista e filósofo norte-americano, propõe uma reflexão provocativa: o governo não é a sociedade organizada em busca do bem comum, mas uma estrutura que se mantém pela coerção — seja por meio de impostos, regulamentos ou monopólio do poder. Para ele, a história da humanidade pode ser vista como um embate entre o “poder social”, que nasce da produção, da cooperação e da criatividade individual, e o “poder estatal”, que se apoia na apropriação forçada e no controle sobre os cidadãos.
Essa leitura, embora escrita em outro tempo e lugar, dialoga com os dilemas do Brasil de hoje. Vivemos um debate constante sobre até onde deve ir o papel do Estado. De um lado, há a expectativa de que ele garanta serviços, proteja a coletividade e promova justiça social.
De outro, existe a preocupação com o peso dos impostos, a complexidade da burocracia e a concentração de poder nas instituições.
Narrativas políticas, vindas de diferentes espectros, reforçam a ideia de que precisamos de mais Estado — ora em nome da democracia, ora em nome da ordem — sem que se discuta com profundidade se esse crescimento fortalece ou enfraquece a sociedade.
Ao trazer o Brasil para essa lente, a questão central não é escolher entre direita ou esquerda, mas refletir sobre como equilibrar a vitalidade da sociedade civil — representada por empreendedores, trabalhadores, cientistas e cidadãos comuns — com as funções do Estado, que podem tanto ser um apoio quanto um obstáculo.
Rothbard, ao dissecar o Estado como em uma aula de anatomia, nos lembra que é preciso olhar além das aparências: nem toda ampliação estatal significa progresso, assim como nem toda limitação significa retrocesso. O desafio está em encontrar o ponto de equilíbrio entre governantes e governados, entre liberdade e responsabilidade, entre poder social e poder estatal.
(A opinião do colunista nem sempre reflete a posição ideológica do canal - mas pela democracia compartilhamos visões múltiplas)









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