O Brasil ocupa o quarto lugar no ranking mundial de países com maior nível de estresse, segundo o relatório World Mental Health Day, publicado em 2023. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que o país tem a maior taxa de ansiedade do mundo, com 18,6 milhões de brasileiros (9,3% da população) convivendo com o transtorno em 2019.
A psicanalista e especialista em comportamento Fabiana Guntovitch explica que a ansiedade é uma reação natural, mas pode se tornar prejudicial quando atinge níveis elevados. “A ansiedade impacta negativamente a capacidade de reflexão, interação e relacionamentos, afetando todas as áreas da vida”, afirma.
Excesso de telas e automedicação agravam sintomas
Fabiana destaca que o uso excessivo de dispositivos eletrônicos e a exposição constante ao mundo virtual são fatores que intensificam a ansiedade. “O excesso de telas e o contato repetido com notícias negativas ativam o sistema de alerta do cérebro, aumentando a sensação de ansiedade”, explica.
Além disso, a automedicação é um hábito comum entre os brasileiros e pode piorar os sintomas. “Tomar remédios sem orientação médica anestesia reações naturais do corpo, o que pode mascarar problemas mais sérios”, alerta a especialista.
Quando buscar ajuda profissional?
A psicanalista reforça a importância de procurar ajuda quando os sintomas se tornam frequentes. “Dificuldade para dormir, sensação de aperto no peito ou na garganta e incapacidade de se acalmar são sinais de alerta. Se a percepção das situações está constantemente negativa ou catastrófica, é hora de buscar um profissional”, orienta.
Fabiana também ressalta que a ansiedade crônica pode impactar três pilares essenciais: saúde física, saúde mental e relacionamentos. “Manter-se em estado de alerta constante eleva o nível de ansiedade e traz consequências graves”, conclui.
A ansiedade pode vir de muitos lados. Incluem problemas econômicos, indiferença ou mal trato familiar, uso de drogas, o sentimento de insegurança frente a traição conjugal da pessoa amada.
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