Marina Silva destaca propostas da 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente

Evento reúne sociedade civil, governos e setores diversos em torno da transformação ecológica

Foto: Diego Campos / Secom / PR

A 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente (5ª CNMA) começa nesta terça-feira, 6 de maio, em Brasília. A iniciativa marca a retomada do evento após 11 anos e acontece em meio à preparação do Brasil para sediar a COP30, prevista para novembro em Belém (PA).

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, apresentou os principais temas da conferência em entrevista à EBC, nesta segunda-feira (5/5). Segundo Marina, o evento ocorre sob o tema “Emergência Climática e o Desafio da Transformação Ecológica”, e contará com participação de representantes de 2.570 municípios.

Participação social amplia base de propostas

A etapa preparatória da 5ª CNMA envolveu 439 conferências municipais, 179 intermunicipais e 287 conferências livres, resultando na formulação de 2.635 propostas da sociedade civil. Essas sugestões servirão de base para atualizar a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) e para a construção do novo Plano Nacional sobre Mudança do Clima, com horizonte até 2035.

Durante a conferência, as propostas serão organizadas em cinco eixos temáticos: mitigação, adaptação e preparação para desastres, justiça climática, transformação ecológica, e governança e educação ambiental. O objetivo é chegar a 100 propostas finais.

Propostas para diferentes setores

Segundo Marina Silva, as propostas vão além da esfera federal, podendo ser utilizadas por governos estaduais, municipais, iniciativa privada e organizações da sociedade civil. Algumas ideias podem ser aplicadas no futuro, mesmo que ainda não estejam maduras no presente.

Transição energética e Cerrado também em pauta

Marina também abordou a transição energética, destacando a substituição de fontes fósseis por energia limpa — como solar, eólica, hídrica e biomassa — e a produção de hidrogênio verde. O tema é parte do programa de transformação ecológica liderado pelo Ministério da Fazenda.

A ministra apontou ainda a redução do desmatamento no Cerrado, especialmente na região do Matopiba, como resultado de ações iniciadas no atual governo.

Combate a incêndios e garimpo ilegal

A ministra informou que já foram adotadas medidas preventivas para enfrentar os incêndios florestais em 2024. Uma portaria decretou situação de emergência em fevereiro, permitindo que os estados façam seus próprios decretos. Também foi ampliado o número de brigadistas e adquiridas novas aeronaves.

No combate ao garimpo ilegal, Marina afirmou que houve redução de 85% de novos garimpos na Terra Indígena Yanomami. A desintrusão já foi realizada em outras áreas, com ações complementares nas áreas de saúde, segurança e segurança alimentar para as comunidades afetadas.