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Luiz Antônio Mello e a revolução do rádio: a Maldita, o rock e a inquietação de uma geração

Criador da Fluminense FM, LAN abriu caminho para o Rock Brasil e marcou a história cultural do país



Quem viveu a juventude nos anos 60 costuma defender com paixão aquele tempo como um dos períodos mais criativos da cultura universal. E há bons motivos. Na música, Beatles e Rolling Stones agitavam multidões, enquanto Caetano, Gil, Chico e os Mutantes sacudiam o Brasil com letras ousadas e novas sonoridades.


Nos anos 80, foi a vez do rock nacional explodir de vez. Barão Vermelho, Titãs, Legião Urbana e Paralamas do Sucesso conquistaram os palcos e as rádios. Era a prova de que dava, sim, para fazer rock em bom português — com alma, crítica e identidade própria.

Nesse cenário, uma rádio mudou tudo: a Fluminense FM, carinhosamente apelidada de Maldita. Nela, o rock nacional ganhou voz. Mas por trás dessa revolução estava uma mente inquieta: Luiz Antônio Mello, o LAN.


LAN não se conformava com a mesmice das rádios FM da época. Lançou-se ao desafio de criar um espaço onde a inteligência sonora tivesse vez. E conseguiu. Com seu espírito inovador, abriu as portas da Maldita para artistas que logo se tornariam ícones de uma geração.


Além dos roqueiros consagrados, a programação da rádio também incluía nomes da vanguarda paulista, como Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção, e grupos como Rumo e Premê. A ponte aérea Rio-São Paulo ganhava novas cores e sons, irradiando tendências para além das grandes capitais.


Muito antes disso, ainda adolescente, Luiz já se aventurava pelo jornalismo e pela escrita em sua cidade natal, Niterói. Era um tempo sem internet, redes sociais ou plataformas de streaming. A conexão se fazia pelo rádio — e ele soube como ninguém dominar essa frequência.


A Maldita se transformou em um porto seguro para os rebeldes criativos da música brasileira. E Luiz Antônio Mello, com seu faro jornalístico e sensibilidade artística, foi o maestro dessa sinfonia libertária.



LAN partiu cedo, mas deixou um legado que desafia o esquecimento. Sua trajetória está entrelaçada à história do rádio brasileiro, do rock nacional e da cultura popular. Um nome que merece mais que saudade — merece reconhecimento.


Neste contexto, caberia à Prefeitura de Niterói considerar uma homenagem à altura da sua contribuição. Um Memorial do Rock, que reunisse o acervo de Luiz Antônio Mello e da Fluminense FM, seria não apenas um tributo justo, mas também um espaço de preservação da memória afetiva e cultural de gerações.


Seria a chance de eternizar, em sua cidade natal, o impacto de uma mente que nunca se aquietou — apenas mudou de frequência.


Vida longa à memória de Luiz Antônio Mello. Vida eterna ao som da Maldita.



Foto: Mariana Vianna/Divulgação

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