Qualidade e eficiência no transporte público
- Márcio Kerbel
- 4 de out. de 2023
- 2 min de leitura

Em uma manhã gelada de outubro, a bandeira de São Paulo tremula no alto do antigo Banespa, enquanto os paulistanos se apressam para mais um dia de trabalho. No entanto, o que os aguarda é uma dura realidade: uma greve anunciada em protesto contra a decisão do governador Tarcísio de Freitas de privatizar a CMTC e o Metrô.
Essas decisões não surpreendem aqueles que acompanham a trajetória desse político ultraliberal, que enxerga no mercado uma solução para todos os problemas. Uma visão que, para os mais bem informados, parece ser uma mentira, à luz dos casos em que setores privatizados foram reestatizados, como em Portugal e França, que devolveram empresas de água e saneamento ao Estado.
Os trabalhadores das empresas ameaçadas de privatização paralisaram suas atividades para protestar e denunciar o projeto que, em sua visão e em diversos setores da sociedade, prejudica diretamente o cidadão, resultando em aumento das tarifas e queda na qualidade dos serviços.
Enquanto o governador defende a entrega dessas empresas à iniciativa privada, utilizando a greve como exemplo do fracasso do modelo atual, a classe trabalhadora utiliza esse instrumento legítimo para reivindicar seus direitos. A questão que se coloca é como transmitir essa mensagem de forma eficaz para aqueles que, do outro lado, acabam sofrendo com a interrupção dos serviços e se sentem prejudicados em seu cotidiano.
A resposta pode ser uma comunicação eficaz, capaz de alcançar um maior número de pessoas. Explicar de maneira simples e direta os objetivos da categoria ao paralisar seus serviços pode ajudar a população a compreender o que realmente está em jogo com a privatização dessas empresas e como uma gestão que envolve usuários e trabalhadores pode ser uma chave para a melhoria da qualidade do transporte público.
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