Durante uma aula magna na Pontifícia Universidade Católica (PUC) em São Paulo, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, fez um alerta contundente sobre o risco iminente de uma ruptura com a democracia nos últimos anos, de acordo com matéria publicada na Agência Brasil (EBC). Em declarações contundentes, Barroso destacou a proximidade do Brasil com cenários impensáveis, revelados por investigações recentes.
"Estivemos mais próximos do que pensávamos do impensável", disse o ministro, referindo-se às tramas golpistas reveladas pelas investigações da Polícia Federal envolvendo membros do governo anterior. Ele ressaltou que o país desfrutava de estabilidade institucional desde a Constituição de 1988, mas essa tranquilidade foi rompida por esquemas que tentavam minar a democracia.
Barroso criticou a politização das Forças Armadas, acusando más lideranças de manipular e induzir essas instituições a levantar suspeitas infundadas sobre as eleições de 2022. Ele destacou a participação de extremistas de direita nesse contexto, observando uma tendência global de populismo autoritário que ameaça valores democráticos.
O ministro também abordou o papel da desinformação como estratégia desses grupos extremistas, enfatizando a importância da convivência pluralista em democracias, onde diferentes correntes de pensamento devem coexistir respeitando as regras do jogo.
As declarações de Barroso vêm no contexto de uma operação da Polícia Federal lançada em fevereiro, denominada Tempus Veritatis, que investiga uma suposta organização criminosa liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e membros de seu governo, incluindo ministros e militares. O grupo é suspeito de planejar um golpe de Estado e promover desinformação contra o sistema eleitoral brasileiro.
O alerta do ministro Barroso ressalta a importância de proteger e fortalecer as instituições democráticas do país diante de ameaças internas e externas.
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