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Redação RT Notícia

Mais de 50% dos professores já presenciaram racismo nas salas de aula, aponta pesquisa





Uma pesquisa inédita do Observatório Fundação Itaú, em parceria com o Equidade.Info, aponta que 54% dos professores no Brasil já presenciaram casos de racismo envolvendo alunos em salas de aula. O estudo foi realizado em escolas públicas e privadas e ouviu mais de 2.700 alunos, 384 professores e 235 gestores.


O levantamento mostra que a percepção sobre o racismo varia conforme o nível de ensino. Entre professores do fundamental II, o índice chega a 67%, enquanto no ensino médio é de 47%. O estudo também revelou que 13% dos estudantes negros afirmam não se sentir respeitados em relação a seus cabelos ou cor de pele, comparado a 8% dos alunos brancos.


A coordenadora do estudo, Esmeralda Macana, enfatiza a necessidade de formação contínua dos professores para lidar com o racismo. Ela aponta que 75% dos docentes afirmam que suas escolas possuem procedimentos para enfrentar a questão, mas 21% dos professores brancos ainda relatam não saber como agir em casos de racismo.


Clima escolar e acolhimento


O estudo também analisou o clima escolar, mostrando que a sensação de acolhimento entre os alunos diminui conforme avançam nas etapas de ensino. No ensino fundamental I, 86% dos alunos se sentem acolhidos, percentual que cai para 77% no fundamental II e 72% no ensino médio. Entre alunos brancos, 84% sentem-se acolhidos, enquanto entre os negros o índice é de 78%.


Esses números revelam também uma discrepância entre a percepção dos alunos e a de professores e gestores. Entre os docentes, 92% acreditam que os alunos se sentem acolhidos, enquanto 93% dos gestores compartilham dessa visão, números superiores ao percentual percebido pelos próprios estudantes (81%).


Enfrentamento ao racismo nas escolas


O estudo destacou a importância de ações estruturais envolvendo toda a comunidade escolar para enfrentar o racismo. Além da formação dos professores, Esmeralda Macana defende que o currículo escolar precisa ser enriquecido com a história afro-brasileira, conforme previsto na lei 10.639.


Ela ainda reforça que as ações contra o racismo nas escolas precisam ir além dos professores, engajando famílias, funcionários e a própria comunidade. "Um clima escolar positivo é essencial para que as crianças se sintam valorizadas em sua identidade", conclui Esmeralda.


Com informações da Agência Brasil

Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

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