top of page
Foto do escritorPablo Rossken

Intervenção na mídia pública Argentina pode levar à privatização

(Foto: REUTERS/Agustin Marcarian)

O presidente da Argentina, Javier Milei, decretou essa semana uma intervenção na mídia pública do país, gerando debates sobre o futuro desses veículos de comunicação. A medida, que exonerou a direção colegiada das emissoras, é vista como um passo em direção à privatização, uma das promessas de campanha do líder ultradireitista. As informações são da Agência Brasil (EBC).


O decreto de intervenção permite a nomeação de interventores diretamente pelo governo, abrindo caminho para a reformulação e possível venda das empresas públicas de comunicação. No entanto, é necessária autorização legislativa para consolidar a privatização dessas companhias.


Guillermo Mastrini, professor de comunicação da Universidade de Quilmes, avalia que, mesmo sem maioria no parlamento, o governo tem condições de aprovar a privatização da mídia pública, desde que Milei se mantenha no cargo.


"Infelizmente, a mídia pública não tem muito respaldo social. Acho que há muitas possibilidades [de privatização]. Não é meu desejo que sejam privatizados, mas eu acho que é muito provável que, se ele consegue manter-se no governo e ficar por um tempo, as mídias sejam privatizadas", destacou Mastrini.


A justificativa do governo para o decreto é a necessidade de "otimizar a eficácia e eficiência das ações" da mídia pública argentina. No entanto, a medida tem sido alvo de críticas por parte da Federação Argentina dos Trabalhadores de Imprensa (Fatpren), que a considera autoritária e violadora da legislação do país.


Entre os canais de mídia pública Argentina alvos da intervenção estão a agência de notícias Telám, o portal Educ.Ar, a Rádio y Televisión Argentina (RTA) e a empresa Contenidos Públicos, que controla diferentes emissoras.


Na Argentina, a mídia pública, inspirada no modelo europeu, deveria oferecer à população um conteúdo que não seria oferecido pela mídia privada. No entanto, segundo Mastrini, a mídia pública argentina desenvolveu um caráter oficialista, sem autonomia em relação ao Executivo.


No Brasil, o serviço de radiodifusão deve observar o princípio da complementaridade entre os sistemas privado, público e estatal. A Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que administra a TV Brasil e as rádios EBC, como a Rádio Nacional, enfrentou turbulências políticas, sendo cogitada inclusive sua privatização durante o governo de Jair Bolsonaro.


Agora, com a formação de um Grupo de Trabalho para discutir a participação social na comunicação pública, há expectativas sobre o futuro da EBC. A participação da sociedade nessas discussões é vista como fundamental para garantir os interesses públicos na produção dos conteúdos.

Opmerkingen

Opmerkingen zijn niet geladen
Het lijkt erop dat er een technisch probleem is opgetreden. Probeer nogmaals verbinding te maken of de pagina te vernieuwen.
banner internet niteroi 450 anos shows 300x250px 6 11 23.jpg
bottom of page