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A era da distração

Foto do escritor: Márcio KerbelMárcio Kerbel

Foto: Pexels

Estamos todos seduzidos pela magia das telas dos smartphones, computadores e TVs. Capturados por conteúdos para todos os tipos e gostos, não nos damos conta do que está ao nosso redor.


Crianças costumam ser as maiores vítimas dessa abdução em massa e da distração decorrente do uso de dispositivos eletrônicos a qualquer hora e lugar. Em casa, a distração dos pais com o celular e computadores enquanto estão perto dos filhos tem nome: tecnoferência. O termo representa a interferência da tecnologia na vida familiar, muitas vezes prejudicando a interação entre pais e filhos e impactando negativamente o desenvolvimento emocional e social das crianças.


Nas escolas, crianças e adolescentes logo terão que se acostumar a ficarem sem seus dispositivos digitais. Avançam nos poderes legislativos e executivos iniciativas que visam conter o uso dos celulares no ambiente escolar. A medida busca recuperar a concentração dos estudantes, facilitar o processo de ensino-aprendizagem e combater problemas como o cyberbullying e a dependência digital.


Nos tempos modernos, nossa atenção é disputada à tapa como mercadoria que se valoriza com o acesso às novas tecnologias. Nosso foco e nossos dados valem ouro neste insaciável mercado, onde empresas buscam maneiras de prender o usuário a um ciclo infinito de notificações e interações.


A economia da atenção, como é chamada, transforma cada minuto que passamos online em lucro para plataformas e anunciantes. Entretanto, embora o fascínio pelas tecnologias seja irresistível para muitos, é possível adotar práticas que promovam um uso mais consciente desses dispositivos. Para isso, algumas ações podem ser tomadas:


  1. Estabelecer limites claros: Definir momentos e espaços livres de tecnologia, como durante as refeições ou antes de dormir, ajuda a preservar a convivência e melhorar a qualidade do sono.


  2. Dar o exemplo: Pais e cuidadores devem mostrar comportamentos saudáveis em relação ao uso de dispositivos eletrônicos, reduzindo a tecnoferência no convívio familiar.


  3. Incentivar atividades off-line: Promover brincadeiras ao ar livre, leitura de livros e outras atividades que não dependam de telas estimula a criatividade e o desenvolvimento integral das crianças.


  4. Educar sobre o uso responsável da tecnologia: Nas escolas e em casa, é essencial ensinar crianças e adolescentes a lidar com as redes sociais, reconhecer os perigos da superexposição e valorizar relações presenciais.


  5. Utilizar ferramentas de controle: Recursos como aplicativos de gerenciamento de tempo de tela podem ajudar a limitar o uso excessivo e monitorar o conteúdo acessado por crianças e adolescentes.


  6. Fomentar o diálogo: Conversar abertamente sobre os impactos da tecnologia na vida pessoal e social é essencial para criar conscientização e alinhar expectativas dentro de cada família.


Embora as telas estejam profundamente integradas à nossa rotina, encontrar o equilíbrio entre a vida digital e o mundo real é uma necessidade urgente. Um uso consciente não significa abandonar as tecnologias, mas utilizá-las como ferramentas para melhorar a vida, em vez de deixá-las nos dominar. O futuro de nossas relações e do nosso bem-estar depende de como escolheremos lidar com essa realidade.

1 comentario


Especialista do ZAP
06 ene

Estamos cada vez mais introduzidos em nós mesmos, muito diferente de quando a diversão familiar era o bate papo.


Detetive do WhatsApp na sala de monitoramento

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