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A Batalha da Influência na era digital

Foto do escritor: Márcio KerbelMárcio Kerbel



A vida não tem sido nada fácil para os conglomerados de mídia na era digital. Elemento decisivo na formação da opinião pública até o início do século XXI, a chamada imprensa tradicional já não desfruta do monopólio da influência sobre a sociedade. O crescimento exponencial das redes sociais e a democratização do acesso à internet reconfiguraram o ecossistema midiático, fragmentando as fontes de informação e diversificando os discursos.


Hoje, os grandes conglomerados de comunicação são apenas um segmento em um cenário marcado pela pluralidade de vozes e pela descentralização do poder de influência.

Não é à toa que grandes empresas de TV, como a Globo, estão buscando mudanças na legislação para liberar a abertura de capital estrangeiro, uma estratégia para enfrentar a concorrência das big techs.


Essas gigantes da tecnologia, como Google, Meta (Facebook) e Amazon, dominam o mercado de publicidade e entretenimento, ameaçando a sustentabilidade financeira das emissoras tradicionais. A Globo, por exemplo, que por décadas reinou absoluta na dramaturgia brasileira, agora vê surgir novos concorrentes, como plataformas de streaming (Netflix, Max, Amazon Prime, Disney+) e produtoras independentes, que disputam a atenção do público com conteúdos diversificados e sob demanda.



Ao longo do tempo, novos atores vêm adquirindo o poder de sequestrar o debate público, propondo agendas e investindo diretamente na cena política, inclusive atuando na disputa eleitoral. É o caso de influenciadores como Pablo Marçal, que disputou a última eleição municipal em São Paulo com uma votação expressiva, e do cantor Gusttavo Lima, que já se coloca como pré-candidato à eleição presidencial de 2026.


Esses fenômenos ilustram como as redes sociais e a cultura digital estão transformando não apenas a comunicação, mas também a política, ao permitir que figuras fora do establishment conquistem espaço e influência de forma rápida e direta.



A esfera pública, seja no campo da comunicação, seja na política, é profundamente afetada pelo ingresso desses novos atores, em um ambiente onde as big techs atuam de forma desregulada, amplificando discursos e moldando comportamentos sem o devido controle ou responsabilização.


Esse fenômeno, embora reflita uma democratização do acesso à informação e à participação política, também traz riscos significativos, como a disseminação de desinformação, a polarização extrema e a erosão da credibilidade das instituições tradicionais.


disso, a sociedade organizada e as instituições públicas devem estar atentas às consequências desse novo panorama para a democracia e a estabilidade institucional, buscando equilibrar a liberdade de expressão com a necessidade de regulação e transparência no uso das plataformas digitais.


A imprensa tradicional, por sua vez, precisa adaptar-se a essa realidade, conciliando sua credibilidade histórica com a agilidade e a interatividade exigidas pelo público contemporâneo. Isso inclui investir em novas tecnologias, como inteligência artificial e análise de dados, e explorar formatos inovadores, como podcasts, newsletters e conteúdos interativos, para manter sua relevância em um mercado cada vez mais competitivo.


No entanto, a relação entre poder e imprensa segue tensa. Líderes políticos, como o presidente dos Estados Unidos Donald Trump, frequentemente tentam controlar ou censurar a mídia tradicional, acusando-a de disseminar "fake news" ou de ser parcial, em um esforço para minar sua credibilidade e consolidar seu próprio discurso.


Por outro lado, jornalistas e personalidades públicas têm se queixado de que a prática do "cancelamento" nas redes sociais, muitas vezes impulsionada por grupos organizados, funciona como uma forma de censura moderna, silenciando opiniões e debates legítimos.


Esse embate entre controle estatal, pressão das plataformas digitais e a busca por liberdade de expressão ilustra os desafios complexos que permeiam o ecossistema midiático atual, onde a luta pelo poder de influenciar a opinião pública se tornou mais fragmentada e acirrada do que nunca.


Em um mundo onde a informação é cada vez mais abundante, mas a confiança nas fontes é escassa, a imprensa tradicional enfrenta o duplo desafio de se reinventar para sobreviver economicamente e de manter seu papel como guardiã da verdade e da democracia.


Enquanto isso, as big techs e os novos atores digitais continuam a redefinir as regras do jogo, em um cenário onde a linha entre informação, entretenimento e manipulação torna-se cada vez mais tênue.


A sociedade, por sua vez, precisa estar atenta e crítica, exigindo transparência e responsabilidade de todos os envolvidos nesse ecossistema em constante transformação.


Foto: Agência Brasil

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